31 de julho de 2011

OITAVO DIA - 31 de Julho (Amesterdão - Limoges)


Hoje, 31 de Julho, uma mancha fúcsia saiu de Amesterdão para invadir Bruxelas.
Bruxelas é a capital da Bélgica e também a capital de facto da União Europeia.
Ainda não eram 10h00 quando chegámos à Mini-Europa e foi lá que passámos toda a restante manhã.
A Mini-Europa é um parque temático do género do nosso “Portugal dos Pequenitos”, que nos apresenta uma visão alternativa da Europa, em miniatura, convidando-nos a viver o seu próprio lema: “Espírito da Europa”. O percurso leva-nos numa viagem a todos os 27 estados-membros, fazendo-nos aperceber da nossa dimensão europeia, por meio do conhecimento de cerca 80 cidades, ilustradas em mais de 300 edifícios. De Portugal, pudemos ver o Castelo de Guimarães, a Torre de Belém, o Oceanário, o cais da Ribeira do Porto e o Algarve.
Com tudo o que vimos e o que aprendemos, hoje saímos de Bruxelas mais elucidados, mais conscientes do que é a Europa, a União política, económica e cultura estabelecida e de qual o papel de cada um de nós no futuro, qual o desafio que nos é colocado, para que tenhamos uma Europa “unida na diversidade”.
Mas antes de sair da cidade, passámos ainda pelo Atomium, um monumento emblemático da capital belga, criado para a Exposição Mundial de 1958 e que simula a estrutura elementar de um cristal de ferro, por diversas instituições europeias, como a Comissão Europeia e pelo Manneken Pis, uma estátua que, com os seus singelos 30 cm de altura, se tornou o maior símbolo de Bruxelas e talvez de toda a Bélgica.
Hoje, também é o dia de aniversário do João e nós fizemos questão de assinalar o acontecimento. O João apagou 8 velas e o grupo ofereceu-lhe uma pequena lembrança para marcar a data.
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SÉTIMO DIA - 30 de Julho (Malmö - Amesterdão)

Na continuação da nossa actividade, e neste que já é o seu sétimo dia, começamos hoje a nossa viagem de regresso, desta vez experimentando um percurso diferente.
Uma vez mais, a jornada começou bem cedo, pela manhã. Saímos, passámos a ponte, seguimos para o ferry. Antes de passar ao relato do dia, que na sua primeira metade se restringiu à viagem entre Malmö e Amesterdão, e porque a Suécia sempre foi o nosso destino e o nosso maior objectivo, há que referir que a apreciação do país, em si, não é positiva. A estada num Jamboree mundial do Escutismo, nem que seja por umas simples horas, é um momento único na vida de qualquer um. No entanto, a Suécia, o seu país anfitrião foi talvez onde, por diversas razões, menos gostámos de estar. Na cidade, as estradas eram más, o espaço era sujo, pouco cuidado; nos arredores, as estradas também não eram melhores, a sinalização pouco ou nada indicava, os campos eram infinitos e a monotonia sufocava-nos. Por todo o lado, as pessoas mostravam-se indiferentes à permanência de 40 mil Escuteiros no seu país. Aos que os visitavam (como nós) revelavam a mesma indiferença e até alguma antipatia. Como é natural, alguns suecos, esforçavam-se por procurar a diferença e conseguiam ser excepção a esta triste avaliação. Estando o seu país a receber o maior evento do maior Movimento de Jovens do mundo, o seu povo não sabe o que é um Escuteiro ou nunca ouviu falar da palavra Jamboree. Principalmente dentro da Europa, a Suécia é tida como um grande país, não só pela sua área como pela sua influência enquanto potência económica. É elevada aos mais altos patamares dos níveis de desenvolvimento, atribuindo-se aos seus habitantes grandes índices de qualidade de vida. No entanto, e pela efémera experiência que pudemos viver nestes mais de dois dias, em muitos mais aspectos do que certamente imaginamos, Portugal é bem melhor que a Suécia.
Continuando, hoje foi um dos dias em que a viagem se revelou mais dura. Por uma série de motivos, sentimos que a chegada a Amesterdão, capital da Holanda, nos fugia e se atrasava a cada quilómetro.
Ainda assim, e devido ao reconhecido esforço dos condutores, conseguimos chegar, conseguimos ver e conhecer um pouco melhor a cidade e cumprir o plano estabelecido.
Amesterdão é uma das mais particulares capitais europeias. Apesar de ser conhecida pelo seu porto histórico e pelos seus museus, Amesterdão é também a capital da prostituição e da droga. Naquela que é a maior cidade dos Países Baixos, os comportamentos tidos comummente como errados, o consumo e a decadência tornaram-se demasiadamente naturais.
Ficando um pouco à parte da boémia que nos rodeava visitámos a casa de Anne Frank. Anne Frank foi uma adolescente alemã, de origem judaica, que se tornou vítima do Holocausto morrendo com apenas quinze anos num campo de concentração. Durante certa de dois anos, Anne e a família viveram escondidos num “Anexo Secreto” numa casa comercial em Amesterdão. Foi precisamente essa casa, hoje transformada na Casa-museu Anne Frank, que visitámos. Dentro dessas paredes Anne escreveu o seu diário, mais tarde publicado, e hoje uma das mais lidas, traduzidas e influentes obras de sempre.
Apesar de tudo o que já referimos sobre Amesterdão, a Holanda é também conhecida pelos seus vastos campos verdes ou coloridamente preenchidos com túlipas e pelos seus moinhos de água e de vento. Antes de sair da cidade, parámos ainda junto do Moinho de Goyer, um dos mais antigos moinhos da cidade de Amesterdão, hoje transformado numa cervejaria.
A nossa pernoita aconteceu junto ao aeroporto, num local onde proliferam apressadas lebres.
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29 de julho de 2011

SEXTO DIA - 29 de Julho (Jamboree)

Mais do que um simples acampamento de escuteiros, onde quase 40 milhares de jovens de todo o mundo se juntam, o Jamboree é um encontro de pessoas, de culturas, de interesses, de religiões, de países e de tradições. Neste ano de 2011, esta que é a maior e mais importante actividade do escutismo, teve como país anfitrião a Suécia. É nos vastos prados de Kristianstad que está montado, desde dia 27 de Julho, o Jamboree Mundial do Escutismo.
Apesar da péssima sinalização e talvez de alguma falta de hospitalidade sueca, conseguimos, tal como queríamos, chegar ao Check-in do Jamboree cedo. Tal como em 2007 as nossas viaturas ficaram estacionadas a alguns quilómetros do campo. Autocarros assegurariam que os visitantes chegassem ao Jamboree.
Uma vez junto ao pórtico de entrada, começámos logo a ouvir falar português. A verdade é que foram mesmo bastantes os Escuteiros e Escoteiros portugueses que encontrámos no Jamboree. Grande parte deles faziam parte do contingente da FEP, outros a trabalhar como IST… Com a extensão do contingente lusófono, o português era, de facto, e uma vez mais, uma das línguas mais faladas no Jamboree.
A forte chuva impediu que a reportagem fotográfica ficasse tão completa como gostaríamos. Mas também foi o único entrave que nos causou. Nunca tínhamos apanhado chuva tão intensa mas também nunca a tínhamos ignorado de semelhante forma. Todos continuámos o nosso caminho. O entusiasmo fazia o tempo voar. Num ápice, eram 17h00 e tínhamos de abandonar o local.
O mais importante do dia foram, sem dúvida, as relações estabelecidas, as conversas que tivemos e os novos amigos que fizemos. Nada nos demoveu do nosso propósito. Havia Escuteiros por toda a parte, vindos também eles de todas as partes do mundo. Viam-se grupos de Escuteiros asiáticos entusiasmados com as trocas de distintivos… Vários árabes e muçulmanos a explicar carinhosa e fraternalmente a sua cultura aos demais, uma cultura muitas vezes mal aceite pela ignorância do senso comum… Mais à frente um dirigente da América do Sul juntava alguns Escuteiros mais novos para lhes ensinar um novo grito, uma nova dança… Também havia música, artes e alegria.
O impacto de uma actividade deste género é tremendo. Passado aquele pórtico, seguindo o caminho das bandeiras que nos levavam por quase todos os países deste mundo, todos deixávamos de ser simples desconhecidos, que não partilham a mesma língua nem a mesma cultura, para nos passarmos a tratar como amigos, unidos no mesmo espírito e no mesmo ideal. O desafio para cada escuteiro, e ainda mais para aqueles que tiveram a grande oportunidade de viver ou visitar um Jamboree, é atravessar o seu próprio pórtico e encarar a vida como um Jamboree permanente, praticando a Paz, a Tolerância e a Alegria e, deste modo, construir um mundo um pouco melhor.












28 de julho de 2011

QUINTO DIA - 28 de Julho (Cuxhaven - Copenhaga - Malmö)

Até agora, hoje foi o dia em que acordámos mais cedo. Ainda não eram 5h00 quando saímos de Cuxhaven em direcção à cidade sueca de Malmö, que servirá de nossa base nas próximas duas noites. A primeira parte da jornada deste dia levou-nos até Puttgarden, ainda na Alemanha, onde apanhámos o ferry-boat para Rodby, na Dinamarca, atravessando o estreito de Fehmarn Belt. A viagem foi feita no navio Prinsesse e demorou menos de uma hora. Daí seguimos para a capital, Copenhaga.
Copenhaga é uma cidade grande, antiga, famosa, económica e socialmente muito importante, densamente povoada, agitada e muito visitada. Perante estas características, a primeira coisa que nos chamou a atenção quando chegámos a Copenhaga foi o facto de tanto se utilizar a bicicleta como meio de transporte, e de estarmos numa cidade tão limpa e cuidadosa. Apesar de todo este rigor, experimentámos também, e pela primeira vez nesta actividade, o povo nórdico. As calorosas recepções, a simpatia e a disponibilidade a que estamos habituados no sul da europa esvai-se onde o frio do Norte se faz sentir.
Começámos a nossa visita à cidade pelo Palácio de Christiansbourg, antiga residência oficial da família real dinamarquesa e, actualmente, sede do Parlamento dinamarquês. Depois, seguimos a pé para os canais de Nyhavn, o mais emblemático canal desta cidade e que ainda preserva as casas e as embarcações típicas de outros tempos. Foi também nesta zona da cidade que vimos a casa onde morou o escritor Hans Christian Andersen.
Como homenagem a este escritor, autor de contos como A Princesa e a Ervilha, Soldadinho de Chumbo ou Patinho Feio, na cidade de Copenhaga encontra-se a estátua da Pequena Sereia, que também uma das suas personagens mais conhecidas. Com o tempo, a estátua tornou-se um dos maiores símbolos da cidade e de toda a Dinamarca e nós fizemos questão de a visitar.
Deixámos a Dinamarca pela Ponte-túnel de Oresund, que liga a cidade de Copenhaga a Malmö, na Suécia.
Apesar da longa e extenuante viagem, da chuva intensa que se fez sentir, da dificuldade da conversão entre coroas e euros, de estacionamento e da língua, o dia decorreu dentro da normalidade.
Amanhã é o grande de dia de toda a Actividade. Vamos visitar o Jamboree Mundial do Escutismo!







QUARTO DIA - 27 de Julho (Cuxhaven)

Às 08h00 já estava pronto o nosso “pequeno-almoço”, onde contámos com a presença do Sr. Margaça, representante da Câmara Municipal de Ílhavo na cidade de Cuxhaven.
A manhã começou com um passeio de barco, pelo porto de Cuxhaven, onde pudemos conhecer um pouco melhor a cidade, de uma perspectiva diferente. Prosseguimos com uma passagem por uma praia típica. Para quem, na Costa Nova, está habituado a praias de extensos areais, aqui vê-os substituídos por zonas relvadas. Seguiu-se uma curta visita ao “Parque das Focas”, onde pudemos ver várias espécies de aves e mamíferos, como pinguins e esquilos. Curiosamente, a única foca presente no local era de bronze, uma estátua no centro do lago principal. É importante referir que durante toda a manhã fomos acompanhados por portugueses residentes em Cuxhaven, que se disponibilizaram para estar connosco e para nos mostrar a cidade.
Pausámos para um farto almoço que, uma vez mais, foi generosamente oferecido pelos nossos amigos do restaurante Costa Nova. Tal como havia sido referido ontem, neste almoço comemos pratos tipicamente alemães, onde não faltaram as salsichas.
As nossas barrigas estavam já bem aconchegadas quando passámos à segunda parte da visita à cidade. Devidamente uniformizados seguimos para a Câmara Municipal de Cuxhaven, onde fomos recebidos pelo Presidente. Esta pequena sessão foi acompanhada pelo Sr. Margaça, que serviu de interlocutor entre o Ch. Lau e o Sr. Presidente. A nossa visita foi assinalada pelo hastear da bandeira do Município de Ílhavo na Câmara Municipal de Cuxhaven.
Nem todas as praias de Cuxhaven são relvadas. As praias de areia existem, são exageradamente extensas na baixa-mar, e com entrada paga. Como presente, o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Cuxhaven, deu-nos acesso livre a uma dessas praias. O mar estava a mais de um quilómetro de distância do limite da praia-mar.
Às 17h00, o grupo participou numa eucaristia bilingue, na igreja de St. Marien. A missa foi presidida por um Padre alemão, em alemão, e animada por nós e pelos emigrantes portugueses, em português. Esta foi uma das experiências mais enriquecedoras do dia, e talvez de toda a viagem.
No final da Eucaristia, vivemos mais um momento de partilha com a gente de Cuxhaven. Pequenas conversas, trocas de experiências, contributos inesperados. Muitos foram aqueles que, sem nos conhecerem, se aproximaram de nós para nos saudar e mostrar também a sua disponibilidade para o que fosse necessário.
O jantar foi novamente no Restaurante Costa Nova, num buffet onde nada faltou. Antes de nos despedirmos quisemos partilhar os últimos momentos na cidade com todos os tão bem nos receberam, numa pequena reflexão/oração.
Tudo pareceu pouco para aquilo que nos foi dado. Foram muitas as pessoas e entidades que, motivados pela nossa visita, se juntaram e se organizaram com o propósito de nos receberem da melhor maneira. Tudo superou as nossas espectativas. Só esperamos que, dentro do possível, tenhamos retribuído da melhor maneira. A todos os que se disponibilizaram, que nos deram o que tinham e não tinham, que foram anfitriões de gente que pouco ou nada conheciam, a todos eles, e muito em especial à D. Fátima e ao Sr. Orlando, um MUITO OBRIGADO!









TERCEIRO DIA - 26 de Julho (Neihaischen - Colónia - Cuxhaven)

Deixando o SCOTEL para trás, retomámos a nossa viagem, desta vez em direcção a Cuxhaven e com uma paragem prevista em Colónia.
O caminho revelou-se longo e cansativo, não só devido à distância, mas também à intensidade de trânsito que se verificava – o que, aleado à falta de estacionamento, impossibilitou a nossa visita à cidade de Colónia.
Passando esta dificuldade, fomos directos a Cuxhaven, com as típicas paragens necessárias pelo caminho. Mal chegados ao destino, fomos recebidos de braços e corações abertos à porta do restaurante “Costa Nova”. A D. Fátima e o Sr. Orlando, donos do estabelecimento, presentearam-nos com comida tipicamente portuguesa, numa GRAAAAANDE refeição. Para amanhã está prometido que vamos experimentar os típicos pratos da cozinha alemã! Para além disso, o Luís Duarte e o Herlander Vieira predispuseram-se a acompanhar-nos amanhã numa visita à cidade.
Acabado o jantar, fomos conduzidos às instalações preparadas para a nossa estada: as salas anexas à Igreja de St. Marien.
Como hoje, Dia de S. Joaquim e Santa Ana, se celebra também o Dia dos Avós, a nossa oração incluiu um momento de partilha e reflexão sobre a importância de um Passado para a construção de um Futuro melhor em sociedade.



27 de julho de 2011

SCOTEL

Pouco passava das 19:00h, quando chegámos ao Centro Escutista de Neihaishen (SCOTEL), no Luxemburgo, onde fomos recebidos pelo seu director, Tom Lahr, e pelo restante Staff. Dadas todas as indicações acerca dos recursos do Campo, dirigimo-nos para o local da nossa dormida: uma “Casa Celta”, que, até como o nome indica, faz-nos viajar no tempo e descobrir como era o modo de vida daqueles que também são nossos antepassados. A ideia da criação da “Casa Celta” surgiu de um projecto chamado “Aldeia Nativa”, que também engloba um Tipi índio, e tem como objectivo promover o conhecimento sobre a nossa evolução e, principalmente, demonstrar como a vida sem as comodidades de hoje em dia oferecia os mesmos meios para ser confortavelmente vivida.
Após arrumarmos toda a “tralha” dentro deste nosso abrigo, dirigimo-nos para o refeitório, onde nos foi oferecida uma churrascada tipicamente celta, com vários tipos de enchidos e carne, feita pelo Staff do Campo. No fim, tivemos direito a uma sobremesa especial, para surpresa de todos.
Quando regressámos à Casa Celta, passámos à nossa reunião diária onde, em conjunto, fazemos uma reflexão-síntese do dia, completa com uma oração e acompanhada com canções escutistas – todos, à volta de uma das duas fogueiras que estavam dentro do nosso abrigo, num momento de partilha.
A dormida foi feita em chão de madeira, mas frio não o houve!
Na manhã seguinte, tínhamos o pequeno-almoço pronto cedinho. Ainda tivemos tempo para explorar o campo e experimentar uma das muitas actividades que são propostas aos escuteiros que o visitam: a confecção de carvão, pela queima de Faias, usado para fundir ferro.
Na despedida, oferecemos um quadro com arte marinheira, uma garrafa de vinho português e alguns porta-chaves feitos pelos nossos escuteiros. O presente foi retribuído e cada um de nós recebeu um jogo quebra-cabeças, reforçando o espírito acolhedor dos escuteiros luxemburgueses.
Muito obrigado, SCOTEL!