2 de agosto de 2011

A Chegada...

A chegada à Costa Nova aconteceu às 21h. A essa hora, já uma pequena multidão de pais, amigos e simples curiosos, nos esperava junto à Igreja da Costa Nova. Mas antes de estacionarmos as carrinhas, demos uma volta pela localidade, avisando efusivamente os demais, da nossa chegada, saudando as pessoas, sentindo o calor reconfortante e a incomparável maresia da nossa terra.
O reencontro com os familiares e amigos deu-se minutos depois, quando as carrinhas pararam, quando a viagem terminou.  
Para nossa surpresa a Eucaristia foi presidida por D. António Francisco, bispo de Aveiro, que acedeu a um convite do nosso Pe. Ângelo para também ele nos receber e connosco celebrar.
Para além do Senhor Bispo, alguns lobitos do nosso Agrupamento e como já referi, pais e amigos dos participantes, ainda o Pe. José Carlos, responsável pela Pastoral Juvenil e Vocacional da Diocese e o Chefe Regional de Aveiro, Manuel Santos estiveram presentes neste momento.

"Ego sum Alpha et Omega, principium et finis, dicit Dominus Deus" Apo 1,8

Jesus Cristo é o Alfa e o Omega, o princípio e o fim. Foi por Ele e com Ele que partimos nesta aventura. Também agora, chegados ao término desta grande jornada, queremos acabar em Igreja, com a nossa Comunidade da Costa Nova, com o nosso bispo, com todos os que quiseram estar connosco e, sobretudo, com Jesus, vivendo a alegria da Eucaristia.
Chegados ao fim, estamos agora em condições de fazer as contas finais quanto à distância percorrida. Desde a largada, neste mesmo local, na noite do passado dia 23, e até este momento, foram 6995 os quilómetros percorridos. Mas mais importante do que estes números foram os sítios por onde passámos, as pessoas que conhecemos e com quem estivemos, foi essencialmente a experiência que esta viagem trouxe a cada um de nós e o novo desafio que nos coloca agora, depois de terminada. Esta foi, sem dúvida, uma actividade de mudança. Mudou definitivamente cada um de nós e mudará para sempre o nosso Agrupamento.

DÉCIMO DIA - 2 de Agosto (Barcelona - Madrid - Costa Nova)

Apesar do calor que se fazia sentir, o longo dia que nos esperava, o último dia da nossa Actividade, adivinhava-se cinzento e nublado. A alvorada foi, uma vez mais, cedo pela manhã. Os sacos e as mochilas estavam arrumados e prontos a carregar. Despedimo-nos de Barcelona depois do pequeno-almoço e, muitos de nós, com uma grande vontade de lá poder regressar um dia.
A etapa de hoje era uma das mais longas – cerca de 1200km! Ainda assim, não quisemos atravessar Espanha sem passar pela sua capital, Madrid.
Mas antes disso… quase toda a nossa actividade foi passada fora do nosso país, quase sempre também naquela que se convencionou como a parte oriental do planeta. Hoje, cerca das 8h40 atravessámos o Meridiano de Greenwich e passámos uma vez mais para o Ocidente.
A visita à cidade de Madrid foi bastante rápida. Começámos por Norte, com uma passagem pelo Estádio Santiago Bernabéu. O Santiago Bernabéu é a casa daquele que muitos consideram o melhor e maior clube do mundo – o Real Madrid – um clube que também se tem vindo a tornar cada vez mais “português”. Na pré-época de 2009 - 2010, já Pepe jogava no clube, o Real investiu 94 milhões de euros numa só contratação: Cristiano Ronaldo viajou de Manchester até Madrid, para que o Santiago Bernabéu se tornasse a sua casa. No ano seguinte, foi a vez do melhor treinador do mundo, José Mourinho. Seguiu-se Ricardo Carvalho e, mais recentemente, Fábio Coentrão.
Descemos até à Porta de Alcalá, passámos pelo Palácio das Comunicações. Não saímos de Madrid sem passar também pelo Estádio Vicente Caldéron, do Atlético de Madrid, e sem tentar uma passagem pelo Palácio Real e pela Catedral de Almudena. Infelizmente para nós, toda essa zona está de muito difícil acesso devido aos preparativos para as Jornadas Mundiais da Juventude, pelo que nos foi impossível de visitar. Entre os dias 16 e 21 deste mês, a capital espanhola receberá as Jornadas Mundiais da Juventude, nas quais participarão muitos Escuteiros católicos (nomeadamente de Portugal), e contará com a visita de Sua Santidade, o Papa Bento XVI.
Deixando Madrid, prosseguimos caminho, cruzando Ávila e Salamanca.
Passavam 8 minutos das 19 horas quando chegámos a Portugal. A entrada no nosso país deu-se num fim de tarde ameno. “PORTUGAL” aparecia escrito sob azul e rodeado pelas doze estrelas da União Europeia; mais à frente, a cidade de Vilar Formoso dava-nos as boas-vindas em cinco idiomas diferentes. Mas aquele que nos chamou mais a tenção, aquele que finalmente aparecia nas tabuletas (e que até vinha em primeiro lugar) era o Português. A primeira grande diferença que nos fez sentir “em casa” foi a nossa língua.
Estamos agora parados em Celorico da Beira. Acabámos de dar a última entrevista para a Rádio Terranova que nos acompanhou durante toda a actividade, cobrindo e noticiando diariamente a nossa viagem. Os telemóveis começam a dar sinal. Até mesmo aqueles que não funcionaram tão bem no estrangeiro recomeçam actividade. Sabemos que já temos gente à nossa espera na Costa Nova. É a nossa próxima paragem. A última paragem. A meta desta longa viagem. 










1 de agosto de 2011

NONO DIA - 1 de Agosto (Limoges - Pirinéus - Barcelona)

Este é já o penúltimo dia da nossa actividade e Portugal, a Costa Nova e a nossa comunidade estão cada vez mais perto. No entanto, e apesar das saudades, não queremos perder nada do que esta grande actividade ainda tem para nos dar. O destino de hoje foi a cidade espanhola de Barcelona, mas antes, passámos por Andorra, um pequeno país localizado num enclave da cordilheira dos Pirinéus.

"Ao chegar,
Ao alto da montanha,
Desfia o Eco
Gritando: FELICIDADE!
E ela virá de volta, 
Uma e outra vez,
De cada vez
Que encontrares uma dificuldade"

Grupo das Terças, in "Tempo Novo"

A manhã de hoje fez-nos experimentar uma paisagem inédita em toda a viagem. O cinzento citadino e as planícies do norte fizeram-se substituir por temperaturas mais elevadas, céu limpo, verdes mantos irregulares, saliências rochosas e água fresca. Estávamos a atravessar os Pirinéus. A par dos rios e riachos que furam e rasgam a paisagem da cordilheira, também hoje, longas estradas o fazem; passámos por dezenas de túneis, contornámos, subimos e descemos a montanha.
Ao fim da tarde chegámos a Barcelona. Esta cidade, que é a segunda maior e mais importante cidade de Espanha, está fortemente marcada pela arquitectura de Antoni Gaudi. A sua obra mais deslumbrante é, sem dúvida, a ainda inacabada Basílica da Sagrada Família que, tal como Gaudi afirmava, constitui “um hino de louvor a Deus, no qual cada pedra é uma estrofe”.
A nossa visita à cidade começou precisamente por aí, a recém-consagrada Basílica da Sagrada Família. Por muito rico que seja o nosso vocabulário não é tarefa simples descrever e caracterizar o que vimos, o que tocámos e o que sentimos nesta Basílica. Tudo é grande, esplêndido, colorido e tudo está no seu lugar por uma razão, num simbolismo místico que torna o templo ainda mais especial.
O exterior do templo, através das suas três fachadas - Fachada da Natividade, Fachada da Paixão e Fachada da Glória (ainda por concluir) - representa a Igreja através dos apóstolos, os evangelistas, Maria e Jesus, enquanto o interior alude à Igreja universal e à paz.
O nosso grupo é composto por 19 escuteiros de idades, vidas, opiniões e interesses diferentes. No entanto, é justo dizer que a grandiosidade arquitectónica, o simbolismo evangélico e o esplendor espiritual desta igreja impressionaram tudo e todos.
Antes de nos recolhermos para aquela que seria a última noite da Actividade, ainda passámos pelo Parque Güell, da autoria do mesmo arquitecto, jantámos e, em grupo, fizemos uma breve avaliação da actividade.